Mostrando postagens com marcador Musica Indie. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Musica Indie. Mostrar todas as postagens
15.3.17

Folk, um céu inglês & Shake Shake Go

A Shake Shake Go cruzou as ruas da Grã-Bretanha tocando sua coleção de hinos pop folk, como nômades, espalharam suas letras e melodias doces por toda ilha. Depois do seu primeiro ano juntos, as cinco peças de Londres, de Gales e da França, têm percorrido um longo caminho pela jornada comercial e musical. Logo eles fizeram uma turnê no Reino Unido e Europa, dividindo palco com alguns dos artistas mais respeitados, incluindo o apoio a James Blunt na sua World Tour de 2014.
Capturando o público com suas melodias cativantes e performances de chumbo de bateria de alta energia, Shake Shake Go definitivamente vieram para ficar.

Abençoados com um talento raro para a melodia, Shake Shake Go é capaz de conjurar uma raia contagiosa. O EP da banda, 'England Skies' é uma demonstração concisa de seu talento. Os floreios populares encontram o songcraft do indie, com o Shake Shake Go que empacota tantas ideias quanto podem! 'England Skies' tem uma qualidade de hino, com a música rapidamente se tornando um favorito ao vivo. Composição profundamente britânica, Shake Shake Go conjura o lado romântico e progressista da Britannia.





21.9.16

Um eco emocional: Not To Disappear Album Review

Capa - Album 'Not to Disappear'
★★
Título: Not To Disappear
Lançamento: 15 de janeiro de 2016
Artista: Daughter
Gravadora: Glassnote Records
Gênero: Folk, Pop Alternativo

Nossa. Três anos depois de "If You Leave'', havia a sensação de que não teríamos mais nada da Daughter, um trio inglês liderado por melodias atmosféricas, adornadas pelo folk e agora pende para o rock alternativo sem ser arrancado de suas raízes indie, e de repente para nossa surpresa e alegria instantânea, o medo de ser abandonado legado pelo álbum antecessor é substituído pelo medo do esquecimento, que é um dos principais moldes de  'Not To Disappear' segundo álbum de estúdio da banda que têm quatro Eps, clipes puramente emocionais e uma apresentação live pela Air Studios, não 'de tirar o folego' mas de reensinar a respirar, pois são incrivelmente feéricas com arranjos incríveis. 
A perda fica clara como tema em versos como "Mas você não vai me dizer que / Porque você sabe que dói-me cada vez que você diz isso", "E você sabe que está fazendo a coisa certa." presentes em 'Doing The Right Thing', que é uma das canções dolorosamente intensas que lidam com a decadência e o desvanecer.  E é com essa canção que somos encaminhados para um pesar empático tratado nessa obra, se 'If You Leave' era algo egoísta, 'Not to Disappear' soa mais como ''temos essa dor aqui. Vamos esgotá-la, vamos sentir''. Há uma frieza particular nessa faixa, uma ordinariedade humana que transmite raiva. ''E eles estão fazendo as crianças\ E eles estão fazendo amor\ Com suas velhas desculpas\ Estamos construindo para reprodução''.  E uma conformidade com a banalidade da existência humana extra soturna ''Então eu vou perder os meus filhos\ Então eu vou perder meu amor''. É nesse momento que há a entrega... Tão cedo, loga na premissa.

Perda, aversão e solidão são grandes temas em reflexões de fluxo de consciência de Elena Tonra (vocalista) em 'Alone/ Without You', temos uma relação que já se desgastou em que ''Eu odeio viver com você\Eu deveria arrumar um cachorro ou algo assim''.  
Em ''New Ways'' ela  canta ''Eu estou tentando sair, encontrar uma maneira sutil para fora / não cruzar-me para fora, para não desaparecer."  As canções não exatamente melancólicas, são intensas e bem construídas chegando a serem comparadas com o álbum CoeXist do The XX.

Em 'No Care' há elegância, um tanto esquizofrênica, as palavras hostis são cuspidas e o olhar fixo em nada, em você, e no papel de parde revestem o mundo sombrio e frágil num eco emocional que perdura na mente mesmo depois das faixas terem se esgotado. Pungente e mais presente do que nunca seu sofrimento é um exorcismo emocional em que todos nós podemos encontrar força.

As críticas que geralmente leiam a esse tipo de trabalho com peso emocional que tratam de temas sombrios e soturnos, são negativas. E não consigo entender o porquê. A tristeza é feia é isso?
Discordo, pois Not To Disappear é uma obra maravilhosa e deve receber a atenção merecida.


17.2.16

Entrevista com VAARWELL diretamente de Portugal!



Vaarwell é uma banda de indie pop fundado em Lisboa no final de 2014 por Margarida Falcão, Ricardo Nagy e Luís Monteiro. Em Novembro, o single “Perfectly Fine” estreou exclusivamente na muito na renomada Stereogumum dos primeiros blogs de MP3, que foi ao ar pela primeira vez na web em 2002. O blog regularmente apresenta artistas desconhecidos, que acabam por se tornar sensações no mainstream, tal como aconteceu com a banda Vampire Weekend, recomendada pelo site em 2007O primeiro disco do grupo está previsto este ano de 2016 e as expectativas são grandes.

Gentis e simpáticos a banda cedeu um pouco do precioso tempo deles para responder as nossas perguntas, prontos para conhece-los melhor?!


Agridocecereja: Como vocês se conheceram e de onde veio a ideia de fazer uma banda? São tempos difíceis para quem está entrando no mercado da música agora, é necessário além do talento, muita coragem para isso.
Vaarwell: Nós conhecemo-nos na escola porque estávamos na mesma turma num curso de produção musical. Com o tempo apercebo-nos que queríamos trabalhar em conjunto e o nosso EP foi fruto disso mesmo. Não acho que seja preciso coragem para lançar um projeto musical se tiveres alguma confiança nele.
Agridocecereja: Pelo que conheço sobre vocês até agora, e isso é bem pouco, haha. Vocês trabalham de forma independente, se consideram uma banda indie ou estão aí na batalha, em busca de um selo para serem lançados no mercado?
Vaarwell: Nós trabalhamos de forma independente no sentindo em que não temos uma editora grande a financiar-nos/ a trabalhar connosco
(Trabalhamos com uma pequena e optima agência).
Temos ambição e estamos, claro, como a maior parte dos projectos profissionais, em busca/ atentos às melhores oportunidades para nos lançarmos bem no mercado.

Agridocecereja: ‘’Love and Forgiveness’’ primeiro lançamento, é um EP, certo? Ou serão lançadas mais faixas? Ando acompanhando vocês pelo youtube e spotify, o conteúdo que falta em um encontro no outro.
Vaarwell: O EP "Love and Forgiveness" foi o nosso primeiro trabalho e a nossa primeira experiência enquanto banda. Estamos agora a compor mais canções para o nosso próximo lançamento e estamos a ficar muito satisfeitos com o resultado!
Agridocecereja: Quero falar sobre Branches. Uau que música! Que letra! Com certeza é a pérola do álbum. A melodia é doce na medida certa, até chega ser nostálgica. O que essa música significa para vocês como banda e compositores?
Vaarwell: A música para nós enquanto banda representa a nossa introdução ao mundo pois foi o primeiro single que lançamos.
Esta canção é uma interpretação da personagem principal do clássico americano O Apanhador no Campo de Centeio.

Agridocecereja: ‘Hope’ é a faixa pensante do EP, é aquela que nos faz refletir com a melodia e a letra, pensar no passado. Vejo muita agressividade na música atual, gosto disso, mas vocês trabalham com a calmaria, a tranquilidade e equilíbrio, o que é admirável. Fica por parte de quem a composição da letra e a melodia?
Vaarwell: Quando estamos a compor temos uma forma muito parecida, de musica para musica, de fazer as coisas: A Margarida fica encarregada da letra, melodias e arranjos vocais; O Luís faz arranjos de baixo; O Ricardo compõe com as guitarras e os arranjos dos restantes instrumentos (à exceção de bateria).
Agridocecereja:‘’Vaarwel’’ significa adeus em holandês, vocês sabiam disso ao pôr o nome na banda? Se sim, por que adeus? Soa tão rápido para mim, como se a passagem de suas músicas fosse temporária.
Vaarwell: Sim, sabíamos! Na verdade este nome surgiu após varias tentativas de chagarmos a algo de que todos gostássemos. Chegamos a ter um mês com reuniões todas as semanas para discutir ideias para um nome. Após uma pesquisa de palavras “random” no google tradutor acabamos por chegar a “vaarwel” e foi só acrescentar mais um “L” para ficar mais bonito.
Agridocecereja: Com certeza o ''L'' a mais deu o toque que vocês queriam. E vocês são tão jovens! E já se ariscando nesse mundo musical desigual... Possuem grandes expectativas para o trabalho de vocês ou vocês fazem o tipo mais ‘’pé no chão’’, centrados, que aproveitam as oportunidades quando aparecem, não correm muito atrás?
Vaarwell: Nós temos ambições para o nosso trabalho mas estamos sem duvida com os pés fixados na terra. Se surgirem boas oportunidades com certeza que as iremos aproveitar!
Agridocecereja: Conheci vocês pela Tradiio, como funciona isso? Vocês foram descobertos, se inscreveram, enviaram uma mixtape como antigamente? Como isso ocorreu?
Vaarwell: Para ter uma musica na Tradiio basta fazer o upload no site. É um conceito muito interessante no qual o artista pode ganhar prêmios como gravações de musicas, videoclipes etc.
Agridocecereja: Baixo, guitarra, bateria uns teclados no cover ‘’Hotline Bling‘’ do Drake, recursos comuns e simples para produzir música. Foi algo que vocês escolheram ou simplesmente criam a partir desse material por afinidade com os instrumentos? Pergunto isso pois tem sido cada vez mais comum a inserção de melodias sintéticas em músicas indie.
Vaarwell: Apesar termos instrumentos que se mantêm muito presentes nas nossas musicas, gostamos da ideia de não estarmos demasiado presos a uma sonoridade muito específica e de experimentar texturas e novos sons.
Agridocecereja: Há alguma personalidade por trás de cada um de vocês? Algum artista plástico, cantor, compositor, escritor?
Vaarwell: Todos temos influencias de vários artistas de varias áreas mas não temos apenas uma personalidade por trás de cada um. No caso da Margarida: toda a sua família, que é muito grande, é muito ligada à musica (meu pai incluído) e a minha mãe é artista plástica.
Agridocecereja: Gostei da capa do álbum, simples, bonita, como um sonho prestes a nascer. A foto foi vocês que fizeram? Notei uma figura humana encostada num carro na esquerda.
Vaarwell: A fotografia foi tirada por um amigo da banda, Pedro Marques Pereira no Algarve. Gostamos imenso do trabalho dele como fotografo e achamos que a fotografia se adequava à mensagem que queríamos passar.
Agridocecereja: É uma curiosidade particular, e uma besteira porque acho que sei a resposta. Porque cantam em inglês e não em português?
Vaarwell: Acho que é uma questão de hábito. Quando conhecemos a Margarida ela cantava em inglês e era como se sentia mais confortável a escrever e como não sentimos necessidade de cantar em português, assim se manteve.
Agridocecereja: Estamos no início de 2016, quais são os planos para cada um de vocês e para a Vaarwell?
Vaarwell: Estamos agora preparando um single, temos planos de gravar um disco de longa duração e fazer muitos concertos.


                                                   FACEBOOKTWITTER| SITE
3.2.16

Vaarwell, e a sua estreia tranquila


Nosso primeiro encontro aconteceu pela Tradiio, um aplicativo de música que funciona como um acelerador de artistas. Onde usuários descobrem novos artistas e os ajudam a alcançar a mudança de carreira com novas oportunidades. E então eu ouvi Branches:

''Relógio impaciente (eu arranho este mogno)
Pensamentos inacabados, (quebrando raízes e galhos desta árvore)
Mal entendidos (eu caminho para casa em silêncio)
Já virou loucura (eu arranho minha pele. Eu me sinto imunda)
Eu sofri em vão (Eu sou culpada em uma cena de assassinato)
Há fumaça no meu cérebro (é uma guerra mundial e eu estou entre eles)''

...E tudo começou a mudar. 

MUSICBOX LISBOA 2015
Vaarwell é uma banda de indie pop fundado em Lisboa no final de 2014 por Margarida Falcão, Ricardo Nagy e Luís Monteiro. Em Novembro, o single “Perfectly Fine” estreou exclusivamente na muito na renomada Stereogumum dos primeiros blogs de MP3, que foi ao ar pela primeira vez na web em 2002. O blog regularmente apresenta artistas desconhecidos, que acabam por se tornar sensações no mainstream, tal como aconteceu com a banda Vampire Weekend, recomendada pelo site em 2007. O primeiro disco do grupo está previsto este ano de 2016 e as expectativas são grandes.
Photo credits: Tomás Monteiro
O EP Love and Forgiveness tem apenas cinco faixas. Foi gravado e produzido pela própria banda, à exceção das baterias que foram gravadas no Black Sheep Studios, em Sintra. A mistura e a masterização do disco foi feita por Makoto Yagyu.


Letras simpáticas construídas em cima de vibrações de cordas, voz calma e macia, transformam a Vaarwell numa daquelas bandas originais que sempre serão lembradas por uma passagem ou uma progressão conhecida e marcante. 
É uma boa banda para ficar de olho. Chequem o som!


20.1.16

Entrevista: Empathy Test, muito além das notas sintéticas.


Não há palavras que descrevam a euforia e entusiasmo quando eu recebi um ''sim'' de uma das bandas de Synth que mais aprecio, para ser sincera há palavras sim! E muitas delas porque eu consegui entrevistá-los mesmo com a distância territorial, a internet faz seus milagres, eu mexi os meus pauzinhos e a Empathy Test foi graciosa e atenciosa aceitando o convite do Agridoce Cereja para uma conversinha. Rá. Essa é a estreia deles aqui no blog, nunca foram citados, nunca indicados, mas agora entrevistados, com vocês EMPATHY TEST!


Agridocecereja: Antes de começar, eu quero que vocês saibam que é um prazer falar com vocês e eu admiro muito o seu trabalho.
Empathy Test: Muito obrigado. Estamos muito satisfeitos em saber que a nossa música tem encontrado o seu caminho para vocês no Brasil.



Agridocecereja: Como vocês se conheceram? E como surgiu a ideia do grupo, fazer música juntos?
Empathy Test: Nós nos conhecemos quando éramos crianças e foram amigos desde então. Empathy Test representa a primeira vez que encontramos uma maneira, como músicos, para trabalharmos juntos. Nós estávamos falando sobre a trilha sonora do filme 'Drive' e em como as faixas eram simples e atmosféricas, particularmente a de Kavinsky 'Night Call' e College & Electric Youth do 'Real Hero'. Adam sugeriu que tentássemos fazer uma faixa em um estilo similar, com uma batida simples com som oitentista de sintetizadores analógicos. Então nós fizemos. A faixa que produzimos foi Losing Touch.


Agridocecereja: Losing Touch é uma das minhas favoritas. Essa música me toca de uma maneira especial. Em suas melodias eu notei um resgate do new wave, synth ou é apenas impressão minha?
Empathy Test: Não é só impressão, não. Começamos a fazer música pop eletrônica usando samplers analógicos de sintetizadores então há definitivamente uma influência New Wave / Synthpop lá. Você pode literalmente ouvir isso na música. Losing Touch provou ser muito popular entre os fãs desse tipo de música, mas espero que a gente seja mais do que apenas uma banda de nostálgica. Em nosso álbum, que esperamos lançar este ano, vocês ouvirão algumas faixas que soam mais modernas com base em influências mais contemporâneas.



Agridocecereja: Estou animada com a notícia de um álbum em 2016, principalmente com influências mais atuais, falando nisso, existe algum músico que serve como inspiração?
Empathy Test: Para Adam seria um compositor de trilhas sonoras como John Williams ou James Horner, que infelizmente faleceu no ano passado. Para Isaac seria Robert Smith do The Cure.



Agridocecereja: Eu sou fã particular do Robert Smith, está aí um músico que gostaria de conhecer. Temos uma dúvida. Eu estava verificando a conta da banda no Instagram, e eu vi uma menina em um sintetizador. Vocês são um duo, um trio ou uma banda, afinal?
Empathy Test: Fizemos um passeio no Reino Unido durante o verão e Adam não pode ir, então Isaac fez o passeio com nosso baterista ao vivo, Casey, e a garota que você viu na foto, Liza, tocando o sintetizador. Liza estava dando suporte a Adam, basicamente. Ela é uma amiga de São Francisco e agora está morando em Nova York. Empathy Test é um duo, Isaac (vocal) e Adam (produção), mas quando tocamos ao vivo também temos Casey na bateria.


Agridocecereja: A faixa Holding On me transporta para um filme de ficção científica, nem sempre o que está escrito é uma mensagem direta de seu significado. Vocês falam muito com a melodia também. Como ocorre o processo de produção? Em Holding On, por exemplo, demorou um longo tempo para concluir?
Empathy Test: Sim, em Holding On as letras são mais abstrato do que na maioria das nossas músicas. As palavras são como um conjunto de pistas em vez de uma história, e o ouvinte é deixado para decidir o que eles acham que está acontecendo. Holding On também é diferente de outras faixas que fizemos porque a música veio primeiro; Adam escreveu a música e, em seguida, Isaac escreveu a letra e a melodia vocal. Normalmente é o contrário, com Adam construção da pista em torno do vocal de Isaac. Neste caso, Adam estava criando uma atmosfera ou emoção com a música e as letras de Isaac são uma resposta a isso. Como uma faixa, que se uniram muito rapidamente, provavelmente porque as melodias são bem fortes.



Agridocecereja: Como uma banda, quais são suas aspirações?
Empathy Test: No momento seria lançar nosso álbum este ano em uma grande gravadora e transformar nosso nome em algo maior para que possamos apresentar nossas músicas em todo o mundo. Seria ótimo para ser capaz de ganhar a vida com nossa música, mas é difícil nos dias de hoje, mesmo para os artistas bem estabelecidos.



Agridocecereja: Trabalhar com arte é lidar com instabilidades. A música é algo que vocês pretendem levar para o resto de suas vidas?
Empathy Test: Nós dois temos pais que trabalham nas indústrias de criatividade e sempre tiveram muito pouco dinheiro por isso estamos acostumados a esse modo de vida! Mas Adam tem trabalhado duro com sua carreira de ilustrador (ele faz todos os nossos trabalhos de arte) e Isaac sempre teve empregos para se sustentar enquanto ele trabalha em sua música. Ele trabalha em marketing, o que ajuda com a banda. Nós adoraríamos ser capazes de ganhar a vida com música e no futuro escrever, e produzir para outros artistas também.



Agridocecereja: Hoje, sua música é classificada como indie, sem um grande produtor por trás, quais são os desafios de ser uma banda independente?
Empathy Test: Como um artista independente você tem muito mais controle sobre sua música e sua imagem. Nós escrevemos, gravamos e produzimos toda a nossa própria música e Adam faz nossos trabalhos de arte também. Isaac é faz o contato em todos os nossos meios de comunicação social e basicamente nos controla. O desafio é o quanto há para fazer. É difícil evitar gastar todo o seu tempo em marketing e vendendo a si mesmo. As vezes você esquece que você deveria ser um músico e escrever músicas... e ensaiar. Será um alívio terceirizar alguns desses postos de trabalho de modo que Isaac possa voltar a escrever.



Agridocecereja: Como vocês se vêem daqui há cinco anos a partir de agora?
Empathy Test: Em cinco anos nós esperamos ter lançado dois álbuns aclamados pela crítica e estar terminando um terceiro, que estará lançando a nós mesmos, depois de ter feito um nome suficientemente grande para que fosse possível produzi-lo. Nós vamos estar em turnê todo o mundo e, provavelmente, ter construído o nosso próprio estúdio de gravação, onde estaremos gravando e produzindo outros artistas também. Sem dúvida ambos teríamos alguns projetos paralelos indo bem.


Isaac Howlett, Adam Relf e Casey 
Fundada em 2013, Londres,Empathy Test vem desde então se autopromover no cenário musical com melodias abstratas como uma nuvem confusa e dançante. 
Lançamento mais recente da banda foi um remix EP com dez faixas, a, com regravações de faixas Throwing Stones Remixed, do EP com o mesmo nome, por uma série de músicos eletrônicos talentosos, incluindo Minuit Machine de Paris, Aeon rings de NYC e Black City Lights da Nova Zelândia. 

Empathy Test

Siga-os


Compre ou ouça online


13.1.16

Álbum Review: How Big, How Blue, How Beautiful o Neo Barroco



How Big, How Blue, How Beautiful é o terceiro álbum de estúdio da banda inglesa Florence and the Machine, lançado a 29 de maio de 2015 pela Island Records.

Esse álbum representa nada mais, nada menos do que um exorcismo espiritual, um encontro de de variadas faces, numa inovação melódica abandonando o folk característico até então representando pela arpa, adotando rifs de guitarra presenteando o álbum nesse novo estilo Rock e uma presença maior da bateria. É um álbum tão grandioso, tão azul, não que signifique tristeza, mas tão bonito, fazendo-nos esquecer dos Sete Demônios (Seven Devils - música) de Lungs(álbum), e daquele que puxava nosso pé enquanto dançávamos em Shake It Out em Cerimonials(álbum). Está claro como o céu, os dias de cão estão definitivamente acabados. 
Estou feliz que você está ao meu lado
Atendendo a expectativas e surpreendendo fãs e até mesmo aqueles que não conheciam a banda ainda, o terceiro álbum alcançou primeiro lugar em cinco países, entre eles, Estados Unidos, Irlanda e Austrália. 
A poesia, a escrita, a marca da Florence não foi perdida. A essência continua forte e presente desde a dançante Ship To Wreck à calma St. Jude que é composta por uma prece. Esse trabalho da Florence And The Machine é o mais intenso até agora, podendo ser notado pelos videoclipes abertos a críticas e interpretações diversas, é apresentado a nós, ouvintes, como uma nova religião, a dança teatral, a expressão corporal como resultado das notas vibrantes penetrando os ossos. 

Nós abrimos a porta, agora está tudo vindo através dela
São verdadeiras obras de artes divididas em capítulos de aproximadamente seis a nove minutos, que parecem ter sido gravadas em apenas um ou dois takes, sem edição notável, sem figurino exagerado como em Spectrum ou No Light, No Light. Se for bem observado, parece que a Florence morre no acidente em What Kind Of Man, se perde em St. Jude, enlouquece em Ship To Wreck, se perde em Queen Of Peace, Long & Lost encontra uma imensa confusão em Delilah, mas no fim, retorna ao teaser de  How Big, How Blue, How Beautiful. O suposto Nirvana. 
E cada horizonte foi como um beijo nos lábios
Uma luta. Uma batalha fantástica é travada em Wich Witch depois da confusão provocada em Various Storms & Saints. Delilah é o brado da liberdade e a faixa título, How Big, How Blue, How Beautiful é um convite a essa libertação espiritual de que tanto falo. 
Há um momento em que a banda deixa de ser Indie para Pop, as canções da Florence and The Machine nunca teve um alcance tão grande. É o resultado de um bom trabalho. É a recompensa depois de dois anos aguardando por conteúdo novo. O Pop Barroco se funde com as cordas de guitarra dando vida a uma nova esfera, um Neo Barroco, talvez. 

''Tanto tempo no outro lado
Esperando você acordar
Talvez te veja em outra vida
Se essa não tiver sido o suficiente

Tanto tempo no outro lado''

O Material está disponível online no Spotify, em Vinil e CD.

6.1.16

Miya Folick filha do folk atmosférico


 Eu estive cantando minha vida inteira, comecei a tocar guitarra cerca de 5 anos atrás.
Se você gosta de Sharon Van Etten ou Cat Power com certeza vai querer conhecer o trabalho da cantora folk-pop Miya Folick. Músicas que são como pele, numa representação simples da vulnerabilidade de ouro das guitarras que deslizam sobre a menina com um toque sombrio presenteado pelos sintetizadores capaz de nos encantar, mesmo quando ela avisa que ela pode quebrar seu coração.
''Estou aprendendo a amar
Estou aprendendo a me deixar ser amada
Como é que eu perdi essa lição quando eu era jovem?''

Criada em uma família budista em Santa Ana na Califórnia, Folick, canta e compõe as próprias músicas com uma leveza que brilha em meus ouvidos em tons pastel, suas canções me fazem desejar ser sinestésica e viajar para um paraíso onde resida apenas melodias e letras sensatas. 

Miya Folick at Bootleg Theater, 12/03/15
Strange Darling, What I Have To, Talking With Strangers  são as minhas Eleitas do seu EP de estreia STRANGE DARLINGS, composto de seis faixas que tornam seu estilo um pouco difícil de definir, tem pop, mas não é dream, ela tem uma grande voz, então classifico como folk atmosférico porque as faixas de Strange Darlings te embalam numa nuvem adoravelmente confortável. 

''Nada nunca termina do jeito que você pensou que seria quando você começou
Esta canção não vai ser o que parece para mim agora
E ninguém nunca é o que meu instinto me disse quando eu encontrei pela primeira vez
Exceto por você, talvez, eu pensei que você fosse a coisa mais estranha''

"Eu fiz a demo de 'Strange Darling' no meu apartamento depois de comprar um velho teclado Casio e meu primeiro slide guitar.  E eu compus com rapidez porque era exatamente como eu estava sentindo no momento, muito apaixonada por alguém e eu não entendia nada, esperando que esta pessoa também me amasse, mas também consciente de que meus próprios sentimentos poderiam evaporar tão rapidamente quanto eles vieram." Diz Folick numa entrevista ao Noisey


Essas sensíveis composições da Miya Folick dá esperanças, como um pacotinho novo de chá, que traz uma nova mistura, um novo aroma, um sabor intrínseco e é dessa forma que descrevo esse EP tão jovem e adorável, que, sim, poderia ter sido um pouco mais contornado, adornado e emoldurado, mas a simplicidade vestiu as canções com suas melhores roupas dando ambiguidades a chamada originalidade. 
 Strange Darling pode ser ouvido pelo Spotify e SoundCloud, o EP foi lançado em fita cassete e cd. 


30.12.15

EVES THE BEHAVIOR uma ressurreição poética do Indie


 Hannah Karydas, cujo nome artístico é Eves The Behavior, é uma australiana que vêm tentando arranjar um espaço no cenário musical. Mas nós do movimento indie abraçamos qualquer um, e com ela não seria diferente. Até um momento Karydas possui quatro músicas lançadas na Web que podem ser ouvidas em sua pagina na SoundCloud. Esperei o lançamento do seu EP durante todo o segundo semestre de 2015 e nada, nem previsão de quando sairá outras faixas, até o momento foi liberado somente o nome do EP auto intitulado Eves The Behavior.

 Não quero ficar eufórica o tempo todo, então eu esqueço os sentimentos
Lançado em 2013, com um videoclipe bem simples em suas raízes independentes, Zen é a faixa que mexe com a nossa cabeça, nos faz fantasiar sobre antigos relacionamentos e aqueles que nem viemos a ter. Se trata sobre um relacionamento que não tem mais a mesma energia que antes. O instrumental da canção apresenta um estilo psicodélico com baixo, um riff de guitarra e synth ecoando distante, podendo ser classificada como Dream Pop
''Você não faz minha cabeça girar, como costumava fazer
Você está cansado de tentar ser divertido''.

TV é a minha canção favorita, e também a mais poética de Eves The Behaviour, até hoje não compreendo totalmente a mensagem passada no videoclipe de TV. Há vários personagens enquanto Eve dança na sala, cabe a interpretação de cada um a partir daí, o que cada elemento significa. É uma música que constrói lentamente com um poderoso coro em seu ritmo melódico.
''Eu vi os meus sentimentos na TV ontem à noite
Eu estava olhando como se eu estivesse me olhando nos olhos''.


''Um dos meus autores favoritos Alain de Botton diz que as pessoas só começam a ficar interessantes quando elas chacoalham as barras de suas gaiolas. Essa ideia de ser inerentemente tão ruim quanto nós somos bons é algo em que eu estou fascinada. Em equilibrar. ''Igualdade de porções''. Eu sou uma grande defensora do ''desenlaço'', para as emoções negativas que eu costumava estar inclinada a afastar. Tédio, frustração, obsessão, a fome, a melancolia. Então eu decidi que não quero ficar eufórica o tempo todo (então eu esqueço o sentimento).'' Diz Eves na descrição de TV.

Eletrical possui a melodia elétrica e simples, nada explosivo mas cativante, uma letra reflexiva que sacodem os nervos. Suas letras agarram as entranhas e te faz pensar, afinal o que ela quis dizer? 

''Eu não sou nada mais do que pele e osso
Com fios que me fazem tremer 
Eu não sou nada mais do que pele e osso
A lamentação da distância desmorona''

Claramente estamos diante do que pode vir a explodir daqui para frente como uma grande revelação e se tornar pop ou permanecer nas sombras de canções e cantores maiores, assim como Eves, apadrinhados pela VEVO. Ela tem efetuado um bom trabalho como compositora no entanto não sabemos se haverá um feedback desse seu esforço, na proporção merecida. 



15.10.15

A loba moralista, LOWELL


Ao escrever abertamente sobre temas como abuso sexual, estupro, aborto e direitos das mulheres, o álbum de Lowell é uma plataforma para o discurso muito necessário em nossa sociedade patriarcal - e articular ainda mais a necessidade de conversa, ela usa a si mesma e suas experiências como exemplos. Além de feminismo, ela também aborda corajosamente a falta de direitos LGBT em nossa sociedade, bem como a ignorância sobre (e obsessão simultânea com) a homossexualidade. No entanto, não há nenhuma arrogância, mas suas melodias manter canções acessível e divertido. Você ainda pode dançar ao confrontar as normas sociais; você ainda pode se divertir enquanto defende a igualdade.



''Algumas pessoas de idade, querem voltar para casa. Para a vida onde todos fingem pertencer. Alguns jovens são mais espertos do que seus professores, eles nos ensinam como se comportar. E algumas pessoas mais velhas odeiam mudar, exceto quando eles estão orando para coisas que eles têm vergonha. E alguns jovens dizem que são hipócritas dizem que eles aceitam todos e ajudam alguns e algumas pessoas jovens gostam de agir como pessoas de idade. Vestindo arco iris ??? nos dizendo que está certo. E alguns idosos não correm como ele. E eles nunca escolhem quem eles gostam. Então eles irão gostar de mim morta, eles gostam de mim morta.''  Lowell em LGBT


Conforme expresso no álbum do primeiro single, "Cloud 69," Lowell é como dinamite: feroz, implacável e determinada - mas não apenas quando se trata de sua música. Escrevendo cada música para capacitar não apenas a si mesma, mas também seus ouvintes - para desafiar convenções de gênero e inspirar liberdade de limitações, regras e misóginos sociais "abuso de poder'' para celebrar e defender a individualidade.

''Você vive em um mundo de homens. Eu vivo em meu próprio mundo. Eu lhe digo 
que não quero mais [...] e te chutar para fora da porta.'' Lowell em I Love Your Money


Seu EP intitulado I Killed Sara V lançado em Fevereiro de 2014 foi um rasgo no cenário musical, seguido de uma abertura total no mesmo pelo álbum We Loved Her Dearly lançado em Setembro do ano passado. O estilo é indie e pop, melodias adoráveis e vibrantes. Seu nome é Elizabeth Lowell Boland, canadense, defensora dos direitos LGBT e ela merece seu reconhecimento. 

Instagram| Site | Twitter | Facebook

Confira o som